quinta-feira, 26 de maio de 2011

Faminta por rotina!


Poeticamente calada pela rotina de mais uma noite em que a rua fica vazia, sem casais, sem bares, sem motos, sem vidas. Vidas que misteriosamente adormecem em um sono cansado que não deixam perceber de que sonhos se alimentam se será possível um amanhã superar tal doçura. Anjos que brigam por velar o mais enigmático de todos os espetáculos humanos, o “entregar-se" à morte na certeza de uma ressurreição na manhã seguinte. Anjos que não dormem, mas que invadem noites de pessoas normais para alimentarem as tão doces ilusões de um sonho com o impossível, ou, de um pesadelo necessário para os que perderam a capacidade de sonhar. O sono que pega um poeta em meio à poesia inacabada e o faz dormir só para sonhar com a moldura santa de alguém que transforma noite nostálgica em poesia real, que supera as palavras e que se transforma na prática de um beijo sem sustos, onde os sentimentos são reveladores e eufóricos. A noite quieta agora se faz agitada, os bares se abriram com shows ao vivo, de olhos fechados é possível ver a multidão de sentidos a andarem pela noite que já não está escura, nem quieta. Algo foi despertado enquanto o poeta sonhava e, todos que dormiam agora também despertam em meio a uma apaixonante busca de vida, mesmo em noites onde nada mais acontece, exceto a poesia.

 Fátima oliveira.                                                                                                                                                    maio 2011 
                                                          

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Desespero!

 
Os dias já não valiam nada mesmo!
Ninguém mais sabia pra onde iam de onde vinham!
Raridade  era sonhar, poetizar...
Houve até quem foi ovacionado por amar, absurdo!
Que se acabe o mundo, porque o céu já não existe!
E esse tal de mundo seria algo a mais que ilusão?
E o que seria uma explosão a mais diante de tantas?
Pobreza era moda... Holofotes: casca, vulgarizações de fé!
Timidez era atraso, alienação.
Dúvidas era o prato principal de todas as mesas!
Coragem era matar, cautela era covardia e morrer era recuar, fraquejar...
Jovens censuravam-se como os velhos e velhos atuavam como jovens.
Muito foi dito, cantado, escrito, mais nada foi compreendido, vivido...
Vivíamos esperando alguém dizer que não precisávamos ter pressa.
O mundo acabaria de qual jeito, porque ele nunca existira!
Quem acordará para realidade de que o mundo é ilusão humana?
Buscas, corridas diárias sem o sentido de que era necessário notar!
Não nos fará falta o mundo se for para o céu enfim aparecer!
Vá-se embora ó impostor, pois é de verdades que o céu nos fará!
Que verdades? Sabe lá! Mas, se essa mentira morre já será meio caminho andado!

Fátima oliveira

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Amor, seu nome é presente!



No escuro do tempo e no surgimento de um sonho louco, sem nexo, me aparece um anjo que me rouba o sono, me fazendo despertar para uma realidade paradoxal que me deixa sem o prazer de usufruir da magnitude que o momento poderia oferecer, já nem dá mais pra saber se é um sonho ou um pesadelo, pois os anjos não reconhecem as palavras só compreendem os olhares e no escuro os meus já não enxergam tal pureza. Não ando em vão, sigo um coração que da forma mais racional possível ama sem medo, porém cautelosamente viciada, (ágape e Eros). Desperta e rezando pra que a luz não acenda: não dá pra resistir sem anjo ou ilusão. No insinuar oculto de um instante enxergo a certeza de que vale a pena compreender as buscas: vida, pessoas... Ah, se eu não vivesse em um “admirável mundo louco”, como diz Ruth rocha. Acho que não daria pra ser tão iludidamente feliz, recupero sonhos com a mesma fraqueza que os torno reais em um simples atos de seduzir o impossível. Reconquisto verdades da forma mais incrível que alguém pode atuar na arte da reciclagem e assim com as abordagens surpreendentes que a ilusão me traz vou me reutilizando na incapacidade de saber viver. 

fatima oliveira                                                                                                              maio de 2011
   

quinta-feira, 12 de maio de 2011

"E o que é cativar"?




Influências que não sugerem mudanças, mas frustram. Descobrir que ser bobo é vantagem da forma mais otária que um ser humano pode ser: com medo, chorando, sem competência pra ser grande. Ah! Se eu tivesse a aptidão de ser tão pequena quanto à personagem de Antoine de Saint-Exupéry emO pequeno príncipe” ou de compreender quando leio Clarice Lispector ressaltar sobre as vantagens de ser bobo. Foi nesse diálogo que descobri a grandeza dos que sabem valorizar uma rosa e dos que sabem que não há bobagem que não supere esperteza, pois “só os bobos têm originalidade”... E me veio à loucura de imaginar que Clarice e Antoine, vestidos de seus personagens discutiam o impasse que desdiz a realidade infeliz que busca o destaque e o pódio e no auge de suas discussões eis que diz a dama: “ser bobo é uma criatividade, por isso é tão difícil se passar por bobo...” E como num ato de réplica o criador do príncipe da grandiosidade diz com convicção de mestre da cativante idéia de se aprender sobre o que é cativar: “e o que é cativar? Quer saber o principezinho”. Ah como eu queria ser pequena pra não entender o porquê de às vezes amar tanto o pó do sol, há! Se eu fosse tão boba que pudesse provocar o excesso de amor que só os bobos provocam. Mais não, tenho mania de querer ser grande, tenho a besteira de querer ser sábia. Quantos bobos não já devem ter demonstrado sem nem mesmo se importar o quanto são lindas a maravilha de suas “criações” devido a minha incapacidade pra cativar.  Ah! Mais eu poderia culpar o planeta e dizer que ele é grande demais, que já nem dá tempo de olhar o sol quando se está triste, mas não seria justificativa porque os bobos sabem que pensar é fazer e, que duas horas são pouco pra que a tristeza passe, mas muito tempo pra que o sol suma no horizonte intocável. Devo aprender que a minha rosa só tem o valor que a der, e que, o que eu sei ninguém mais desconfiará que eu saiba, porque nem eu preciso saber. Só sei que sobrevivo de um excessivo amor, mas que ainda não me faz excessivamente provocá-lo.  

fatima oliveira    

domingo, 8 de maio de 2011

Amor que salva!


O tanto que ser mãe é necessário é refletido na falta do amor no mundo:
Sinto falta de mãe quando vejo o ser humano prematuramente infeliz;
Cobro a presença da mãe nos momentos que jovens se prostituem;
Se dona chaga tivesse lá seu amor os salvavam.
É doloroso perceber que o amor de mãe é pouco pra suprir carências;
Mais doloroso ainda é a falta de compromisso;
Biologicamente qual quer um é mãe ou pai;
Amor de mãe deve ser salvação em toda ação:
No olhar que aconchega, mas também no que condena para ensinar.
A falta da mãe está retratada no alvoroço dos lares sem mulheres na hora do almoço.
Roubaram nossas mães, as tornaram presidentes de outras casas;
Fizeram-nos submissos as leis gerais;
Sentimos necessidade de uma lei caseira, particular, dirigida as nossas necessidades mais ocultas;
 Aquela regra que só mãe que cuida conhece mais do que a nós mesmos.
Só espero que a esperança não morra.
São novas as regras, mas, o amor é antigo, porém, é também renovável. 

fatima oliveira 

sexta-feira, 6 de maio de 2011

Sussurros de palavras, simples!


As palavras brincam de me despir
Em um mero sentir e elas se insinuam:
Zombam da minha timidez e me deixam nua;
Já brinquei de inventá-las e nada soube dizer:
Já elas me calam e se mostram;
Ocultam-me e me propagam com o maior prazer.
Até concordo com Marcelo silva,
O poeta que diz ser o silêncio seu melhor poema.
Mas ainda não aprendi controlá-las!
As palavras imperam minha mudez;
Rasgam os mistérios que não sei desvendar;
Os meus sentidos se tornaram cúmplices, sobre tudo o olhar!
Já não respiro sem ser poeta de “palavras simples”;
É assim que não me dou conta da dor.
Não dá pra ser poeta do silêncio sendo refém da palavra AMOR

fátima oliveira                                                                                                                                                 maio 2011

terça-feira, 3 de maio de 2011

Inópias!



Hoje a noite está fria:


Sugere pele quente;


Fogo abrasador que um beijo traz.


Frio interno congela a alma.


Hoje é o corpo que arrepia uma friagem de carência.


Nem dar pra saber se é a noite:


Serão sonhos, saudades, desejos?


Canções que excitam, penetram, mas não saciam!


Agora a melodia sugestiona libidinagem;


Deprava a poesia santa;


Faz de um anjo, Deus:


Deus do pecado, do prazer...


Faz do pecado motivos de santidade...


Noite que prostitui idéias novas de querer;


Que simplesmente desejaria ser eterna.


                                                                                    fatima oliveira                                                                                                                                                                                                                                                                                                                             

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Tiros de conclusões!




(...) E existem momentos que nem mesmo as borboletas servem de inspirações... 
A luz não reflete nada mais que insultos.
Os poetas deveriam morrer antes de expressarem a alma negra da ilusão:
Sempre há um dia que seremos cobrados pela fratura da pobre esperança;
Um olhar ou uma palavra que condenam tem o poder de destruir futuros... 
A respiração incontrolável anuncia o desespero por ressuscitar o sonho destruído.
“O simbolismo” é tão raro e ainda há quem o menospreze!
“O diabólico” não tem expressão própria, mas disfarces!
O amor é a verdade que conserta e a maldade também AMA destruir.
Tiro conclusões, mas, apenas tiros!
Certas experiências seqüestram ingenuidades e a esperança tá doente, foi gravemente fraturada, já não voa!
Mendigar por amor é esquecer-se do valor que esse deve ter!
Uma fada agora já sugere sarcasmos!
O ser humano se reduz em ser grande, além do que cabem os sonhos, as doces ilusões...
Sou fada, primeira dama do amor, amante da ilusão, melhor amiga da dúvida, conselheira dos sonhos, filha de papai noel.
Síndica de um prédio onde não pago por moradias, mas por despedidas, desapropriação.
Divido as dispersas com as borboletas, coelho da páscoa, duendes e príncipes...
Nada mais me preocupa, senão, a morte da esperança, é em me que dói sua dor!

fátima oliveira                                                                                                                                                        maio 2011