terça-feira, 27 de dezembro de 2011

2012, em passos sinuosos que insultam...

 
 Numa praia deserta... Mar calmo, areia fria, brisa pura. De pés descalços para o perigo, ao longe o horizonte calmo acalenta os olhos aflitos... As ondas combinam de darem idéias: uma vem ansiosa enquanto a outra apenas aponta timidamente a ponto de acordar os pés enxutos... Já não há sol que faça sombra, o que há é um vulto ao longe que vem chegando a passos lentos e sinuosos, passos que insultam, mas impede uma fuga súbita, pois desperta quereres... A noite colore a vida com brilhantes pingos no céu que nem sempre é azul. Um cenário de morte, de despedida do que não é mais que um momento perfeito que tem de passar... Finda um tempo antigo no ato de um abraço estranho, ele tem cara de futuro, presente que já chegou e sua quietude expulsa a solidão de está só apreciando uma breve passagem de ondas e brisas que foram sentidas, pois foi de olhos fechados que esse tempo se eternizou... Foi marca trazida aos poucos sem o susto que teria sido se fosse de repente à chegada... Agora o horizonte está sobre o reinado de uma lua solitária uma visão vista de baixo, pois na areia está deitada aquela que muito espera de uma noite que não se julga infindável, mas que não ver pressa pra passar... Uma lágrima agita-se como um andar de presa que foge do predador, mas não sai, está presa na mágoa de não poder ser dividida, entendida... Eis que a noite passou e enquanto passava rolou na areia aquela que um dia chorou por não saber ser só, dormiu na liberdade que ninguém sugere, presa que ninguém caça. Passou o tempo em que praia deserta servia de fetiches agora serve pra aquietar a alma independente da solidão do corpo... Passando a noite, daqui a pouco o novo tempo começa, mas enquanto ele não chega slides de memória retrospéctam um sentido falso buscado na madrugada festiva ou nos bares à luzes de neon, essa é a lágrima que não escorreu, pois ninguém sonha ao barulho de tambores nem, muito menos, sem sobriedade que permite o encontro contigo mesmo, porque em noite não deve estragar o dia seguinte. 
fátima oliveira 

domingo, 18 de dezembro de 2011

Charme negro!


Que o preto me vista o corpo, pois minha alma está despida ao clarão da lua, encarando as estrelas cadentes...
Que o negro da roupa escura enalteça o branco da mente amante diante das escuridões do mundo...
Não é de roupa que se esconde o espírito é sem vestes que ele exibe-se... 
A alma está presente providencialmente em seus olhos negros...
Se vista de negro e sem a dependência do rosa liberte-se do álbum que nada mais é que um retrato mal exibido de quem gostaria que fosse...
A roupagem que nada diz, atropela teu jeito santo de ser gente que apenas veste o copo do frio, porque a alma está aquecida sem a exigência das cores. O negro te fará ser mistério que  sana o susto que oculto traz...
Seja princesa de ferro, dama de negro, sem a exposição do mel, ele escorrerá pelos cantos de sua boca rosada e nem será preciso que aponte a saída...
fátima oliveira
  

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Nuances!


 

Nas fugas é possível ler sentimentos, mas são nos encontros que eles se refazem em verdades, ou se fazem eternas marcas nem sempre pra sempre... Acho que não precisaria ir longe é aqui que falta, então será aqui a busca, mesmo que não encontres, por isso mesmo, caçarás. A vida não vem em ondas como diz lulu santo, ela vem sem barulho e sem percepção como um fantasma da madrugada, apenas os místicos, a enxerga. Desisti... Já fiz plantão demais à meia noite pra vê-la, sou eu quem está de mal, quando bateres na minha porta fecharei os basculantes da minha janela sem avisar que não preciso vê-la pra poder seguir.
fátima oliveira

sábado, 3 de dezembro de 2011

VITRINES E CASTELOS



A boneca de porcelana
Saiu da vitrine
Sacudiu a poeira
Segredou-me silêncios

A princesa fugiu dos contos
Dispensa os sapatos de cristais
Quer salto quinze ou uma plataforma Azaléia...

Engole sapos
Para não ter que acreditar
Que príncipes ainda existem

Reinventa caminho
Monta castelo...
de areia.

marcelo silva