quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Palavras simples.




Por toda longa caminhada e percursos insano que fiz até então, foi quase nada o que já vivi: chorei, chorei de novo, sorri em gargalhadas tantas vezes irritantes; briguei, sonhei, causei, dancei... Amei, escondi, disfarcei, declarei e por isso também “dancei.” Já nem sei se vale à pena continuar com tantos pretéritos perfeitos, já senti vontade de no final dizer: “dormi, não vi...” Assim, provavelmente eu não teria que dizer o porquê sempre se dança no fim. O pior é ter que admitir-se idiota e duramente seca de sonhos, eu professo essa droga de doce ilusão, mas posso garantir, isso tudo é porque morro em overdoses com esse vicio irremediável que costuma fazer parte dos dias de seres desprovidos da sabedoria e insensível sanidade. Bom, e como se trata de um vício, agora eu não consigo controlar a vontade de usar um substantivo “concretamente abstrato” que tanto causa minha fantástica viagem utópica, em mais uma das tantas declarações de amores já escritas e expostas... O amor ainda me deixa bobamente fora da sanidade pode ser que quando não for mais assim eu  consiga falar de palavras simples.

Fátima oliveira                                                                     Dezembro de 2010

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