Na falta de inspirações, onde nem mesmo as folhas dos galhos se movem, como que sem ar, nem frio e nem quente, nem poluição sonora e sem o canto de pássaros, sem nada, a não ser, uma esperança que de repente pousa do lado, meio que eufórica, e, em um segundo estágnada, sugerindo que o mundo pare e apenas ela viva e nesse instante todos os movimentos do universo sobrevivem em um único sentido, e assim, a respiração não se contenta e se ofega, as lágrimas correspondem e novamente o universo dá respostas e transforma a tal esperança em algo pequeno demais para liderar qual quer que fosse o segundo. Em um impulso a pobre é fisgada e se torna impotente depois de lhe quebrarem as patas, seu voo agora pouco é notado, já não lhe segue mais olhos aflitos, agora se tornaram superiores os olhares e com estes também os vazios. A magia dos significados se acabam quando a realidade cobra por resultados, um coração agora nada mais é que um cérebro racional. Uma esperança já não passa de algo limitado e sem motivos para permanecer. No entanto, o universo conspira, e nele o pousar das esperanças ultrapassam as esperas.
fatima oliveira março 2011