terça-feira, 11 de outubro de 2011

À meus poetas!


Mais uma noite de sonho...

Sonhei com uma figura ilustrada em grafite, com uma meia lua ao centro enquanto um olhar meio que perdido observava de um alpendre simples, numa casa humilde e com alguém que contrastava com sua poética postura ao erguer-se sobre o peitoril iluminado o sonho de descobrir a magia por trás de um brilho invasor e segredado de encantos. Não reconheci no sonho o autor que poetizava a noite com um gesto tão romântico e evangelizador, a figura sem movimentos fez gerar sentidos, pela simplicidade de um ambiente pacato e tão real... Desperta, levantei manso buscando razões para entender o encanto que um sonho rabiscado estampava, a ponto de sufocar as dores e imprecisões. A noite era negra e o sujeito não denominava cor. Só a lua imperava o brilho, porém não a vi, senão, no reflexo que o tal olhar transparecia. O dia exige provas, concretudes e na busca por humanizá-lo não foi difícil encontrar quem poderia assumir no meu coração presença viva de alguém tão docemente poético e particularmente real... Seria Jorge, Marcelo, Sandrio, João, Renato,  Edilson, Leandro, (foram tantos nesse 1ª ano que souberam notar minha poesia). Porém, seu nome será Tatá.  Ele é a figura que poetizou o sonho. Ele de maneira “tosca” poetiza minha vida. Sem palavras ou tantas vezes sem presença física, me exemplifica com o que é real, humano, me faz provar o sabor verdadeiro que ser bobo custa. Com ele aprendo; seja com sonhos ou perdas. Ele é uma das pessoas que escolhi para amar. E o escolhi sem lua, sem poesia, sem olhar. Foi numa realidade indefinida, e humanamente regrada. A amizade é como uma corda que enlaça os pés sem que sejam preciso os nós. Não sei do começo. Recordo-me dos momentos de raiva que já me fez sentir (ele me incomoda) talvez por isso sua vida seja motivo de eternidade em mim. Talvez fosse melhor não dizê-lo sobre isso, ele não dará à mínima, não por arrogância, mas porque, assim como os demais,  ele me faz acreditar que não precisa, que tudo é muito maior que um mero poema. Porém é assim que escolho comemorar um ano das palavras simples, essa é a forma de dizer que ele existe porque existem verdades de sentimentos que se fazem eternos em meio às contradições da vida.  
fátima oliveira