terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Epifania...



E ela lhe sorriu esforçando-se para mostrar os dentes, por que a alma estava repleta de sentidos estranhos... Era preciso repetir aquela prova, pois não permitia que ele soubesse que só, ela não estava bem... Os dentes apareciam e lentamente a boca desmanchava o sorriso forçado que torturava as feridas D`alma... Dele, apenas os olhares alimentados de solidão que o fizeram forte pra reconhecer um sorriso triste e forçado... Das pupilas Lhes saltam certezas de uma felicidade que nunca precisou ser plena apenas real... O agora mergulhado em ontem que já não tem vida... Ele a amou sem perceber que era ela a que é hoje... Ela não teve chance de amá-lo, pois antes lhe viu como ele jamais seria. Agora que são apresentados não se reconhecem, se encheram de generalidades e não se olham com veracidades, ficaram perdidos na idéia de fazer do outro melhor do que são, ou no medo de que o outro fosse pior do que já é... O amor não teve vez de ser amor... Antes, foi brutalmente ferido pela arrogância de quem se permite ser sábio e controlador (controla DOR), se esqueceram que AMOR É FERIDA QUE DÓI E NÃO SENTE (camões)... Sendo resto do que foram, eles aprendem amar com uma sabedoria que não precisa ser acreditada. Os sábios se consideram bobos inúteis só por isso as vantagens de seus erros acertados... Um futuro cheio de aprendizados são os presentes oferecidos aos coadjuvantes da nova versão que ainda será escrita... De maneira erronia um permitiu que o outro conseguisse amar, mesmo sem recíproca.

fátima oliveira

domingo, 15 de janeiro de 2012

Fuga!

No fim de tarde que aos poucos sombreava ao horizonte
A moça singela se tornou fera...
Ao longe na estrada apontou na curva a razão de sua espera...
O que antes a segurava, ficou sem sentido, perdido nos anos dos sacrifícios...
Ele nem era belo, nem era bom, nem era eterno...
Era apenas nada...
O nada salientou desejos de ser, de fazer...
O querer ir ao galope foi maior que os costumes e a rotina que permite fica
Seria de taipa o domicílio futuro, porém real...
O significado seria de sonhos, mas a realidade o fogo queimava...
fátima oliveira.

terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Mesmo repertório!


Ontem te falei de eternidade e você sorriu por pensar que eterno é o que sempre dura...
Eu chorei, pois o eterno é o que sempre acaba!
Eternidades são memórias.
A vida é um reboliço que não se repete, nem continua.
Multa-se, se adéqua se refaz...
E o choro foi por não conter a emoção de aquele instante ser único.
Hoje somos outros, conseqüências das nossas promessas.
A saudade é uma dependência que nos prende nas memórias sem nos roubar as possibilidades.
Tenho-te como um minuto que passa sem ser notado, mas que dele são feitas as horas...
Perco-te como em uma noite de sono profundo que me possibilita viver bem o dia seguinte...
Eis meu sem que sejas, que é pra eu não acreditar no pra sempre sem graça e sem sedução e, continuarias sendo ainda que não fosse...
Pois ainda que o réveillon aconteça, jamais será apagada a eternidade e intensidade do ano que passou.
O amor acontece sem peregrinação, sem medo, mas com o cuidado de ser percebido.
   
fátima oliveira