sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Tudo passará, eu sei, que não passe jamais os instantes que me percebi em você quando te senti em mim.


"NÓS"

E naquele momento eu queria apenas que meu consciente me traisse e que nossas mãos ganhassem vida própria, que uma procurasse a outra para que apenas nossos dedos mindinhos se encontrassem, talvez assim, no ato de rebeldia elas também não resistissem e um aperto de mão fosse inevitável, consigo imaginar nossos dedos entrelaçados e o suor de nossas mão denunciando a inquietude disfarçada em nossos olhares. Agora apenas respiro como se estivesse "vivendo", imaginando como seria sua respiração, sei que feicharia os olhos por segundos e em seguida ao me olhar de forma angustiada me diria lamentar não poder ir além disso. Foi por saber  que apenas respiramos a presença do outro, aproveitando para se enganar que apenas um toque bastaria, ou quem sabe um olhar.

FÁTIMA  OLIVEIRA                                                                                                                                                DEZEMBRO DE 2008

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011


soletude.

Em mais um dia  quente, com o ar  preso, sussurros e gemidos chamam o nome de quem o sufoca, como quem pedisse socorro e clamace por esquecimentos. Contida em suspiros sinto arder as chamas da esperança, como as cinzas que ainda restam. Os pensamentos me invadem como tempestade que espalha pó ao vento fazendo com que eu me agarre nos restos, pra ver se ainda me encontro. Com calafrios surge o sono e a quietude trazida pela certeza de mais uma noite sonhada e menos vivida.


fátima oliveira                                                                                             fevereiro 2011

domingo, 20 de fevereiro de 2011

Decifra.



No mundo do absurdo tudo é perigoso sentir. 
O perigo sempre à espreita, carrasco, vigilante.
Um mundo de contrários, onde tudo que sentir terá de ser dominado ou domado.
Mesmo em uma terra de absurdos, sonhar sempre faz parte da realidade.
Afinal, real mesmo é aquilo que precisamos, e já descobri que sem sentimentos não há vida.
Ela é o que sinto, só ainda não descobri se sentiria sem ti, pois, foi depois que perdi os sentidos.
O absurdo e o contraditório me dominam e a realidade me comanda, e assim vivem os idiotas que se perdem nos sonhos e realizam as doces ilusões...
No doce  mundo dos sonhos toda realidade é perecível, 
cada anseio de momento parece uma eternidade, intocável é o sonho, modesto dentro de uma realidade possível. 
Cada medo é um assombro, 
medos contidos pelo simples desejo de preservar, 
preservação de uma doce ilusão, ilusões podem padecer, contrastada com a realidade.
Foi no percalço da minha esterilidade de sentidos que encontrei sabedoria e razões que me fizeram crer quão iluzionista era minha realidade, assim, me perdi na busca por separá-los... Já nem sei se existo ou se é sonho.


Jorge Muniz e                                                                                                                     fevereiro
Fátima Oliveira                                                                                                                    2011

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

(...) E ainda há um momento que percebemos e nos percebemos na dança natural dos compromissos, é quando despercebemos a magia do aquieta-se, do parar a dança ou da troca de ritmo para menos barulhento ou mais, por que não? Somos fisgados por uma nova sugestão que pode nos proporcionar idéias ou esquecimentos, pode ser então chamado de intervalo ou retorno, dependendo pode ser também oportunidades ou quem sabe ainda ilusórios, porém legítimos momentos assim são por certos imprevisíveis.   

fátima oliveira

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Frisson!



Uma poesia muda, que não ousa alterar o limite da dúvida pra não se perder em desencantos, barco que flutua em ondas leves de um mar raso, sem destino, mas que beira a ilha. Um prazer em certezas que se limitam nas covardias necessárias, pois, mesmo sem destino, já é bom: a brisa salgada, o porto seguro, que, 
por isso não é o mais almejado, os sonhos sugestivos sem ilusões é doce que também vicia. Quanto custa um sonho dividido, Um pecado confessado? Por onde estão as veredas nunca trilhadas? Quanto dói um sentimento declarado? Porque temos que pagar pela gratuidade? O prazer seria um mendigo ou príncipe?


      fátima oliveira                                                                                                             fevereiro 2011

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Peneirando Inspirações!


A verdade que chega incomodando tanto quando acomoda o coração dos frágeis,
chega a disfarces de encabules como quem não pretende roubar a cena
E assim a rouba fazendo jus o que impede todas as tentativas de fuga,
o laço que prende sem sufoco, uma prisão assim não deixa de ser,
uma jaula com espaços que ignoram as grades,
um prisioneiro sem necessidades e, um seqüestrador que não mata, senão de encantos,
há, porém um medo indecifrável, próprio dos incapazes às conquistas;
cena roubada, coração entregue, porém disfarces...

Fátima oliveira                                                                     fevereiro 2011

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

"Enquanto não há inspirações"


Precisando de idéias que não me sejam visivelmente insuportáveis com relação a viver de “sonhos reais”, objetivamente práticos, porém certezas que me proponham algo menos previsível. Sou amante de uma liberdade que não se liberta de mim, o que me resta  é concretizá-las em paixões que serão vistas como prisão diante do que espelha minha face, é que me escondo em magias e certezas. Descobri que o mundo é feito de “pessoas que declaram e pessoas que escondem.” Eu professo, não por ser gênio, mas por ser insanamente incapaz de esconder, sobrevivo de exagerados sentidos, já que me faltam razões...

fatima oliveira                                                        fevereiro 2011

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Marcelo Silva, "o pescador de ilusões" !!!!!!!


 ( Á Carmen Silvia; Fátima Oliveira; Simone Cardoso e Luzirane Souza. )

 Quantas mulheres se escondem em uma só?
Quantos gritos resumidos, em um único
                                                        [gemido?
Mulheres que não vi
Escondidas sob uma única pele
Detrás de dois olhos apenas.
Quantas personalidades, jeitos, andares,
Olhares... Num único corpo.

Quantas faces!

Amar sob pressão do ódio
Odiar por tanto amar tanto
No entanto
Nunca amar.

Dentro de uma bela reside uma fera
Uma cinderela, branca de neve
Pequena sereia...
Ainda que astutas, também adormecidas

Quantas personagens sem nome!
Quantas vozes caladas!
Quantos caminhos não percorridos,

Roteiros incertos!

Quantas faces!

Quantas utopias  esquecidas,
Amores roubados.
Quantas mulheres morrem
Dentro de uma única, sem terem sido, sequer
                                                               [notadas?
                                                                                                                                            

                                                                                                                                    marcelo silva.