quinta-feira, 28 de abril de 2011

Além da imperfeição!







Nas provas os resultados de reprovação já se dão pela necessidade de se avaliar. As analises pressionam, humilham. Porém momentos exigem provas e nessa naturalidade qual quer atitude serve como comprovação. Por vezes somos resumidos “em minutos”, em nada serviram os processos, passamos a ser imaginados pela miséria que nos proporciona o presente, nunca, em nenhum segundo dá pra ser perfeita a bondade, a perfeição se faz nos passos tortos que desenha a estrada por onde é mantido o caminho, a vereda é refeita a cada passo dado é assim que comprovam sua existência, não sendo necessário que levemos nas mãos sempre algo que cortem os galhos ou arranque do solo o mato, somos presentes adoráveis que se construíram na imperfeição que o passado não pode recusar. O passado deveria ser reverenciado, só ele conhece o que foi rabiscado, rasurado... O hoje recebe já passado a limpo, e nada seria sem os rascunhos que se fez notar e corrigir as imperfeições. Generosidade tem a ver com os cuidados que damos a quem nos possibilita enxergar a imperfeição, essas só são apontadas por aqueles que antes viram que poderá ser melhor se for feita a correção no tempo certo, e nem necessitam de provas, o olhar para o que há de melhor já diz sem que precisemos agora ser amplamente bom. Ainda dá pra recuperar o que pela falha não é notado, por que alguém conseguiu ver além do que tá manchado, porque os santos não se prendem as margens, ao agora...  O hoje é o horizonte que proporcionou a chegada e que se fez maior do que as pedras, mas horizontes não terminam, basta ser erguida a cabeça e um outro nos motiva, nos sugere, mas nem por isso daremos vez aos esquecimentos.


fátima oliveira                                                                                                                                           abril2011


quarta-feira, 20 de abril de 2011

Imerso!



 Alucina-me as lembranças de uma noite chuvosa aquecida pela companhia que induzia o frio, a ausência da dor que só a visão do impossível traz. No dia que cada minuto foi devidamente escrito só para amar. Os chuviscos embalaram as decisões da ida ao lugar certo no momento certo, tudo a favor de uma perfeição até então descrente, desiludida, porém sonhada. O tempo do temporal não durou o suficiente para que a ocasião “desse conta”, ainda havia muito a fazer! Cada recorte do tempo uma certeza de “já tá bom”, pois a credibilidade superava as expectativas. O cheiro de terra molhada incrementou a naturalidade da noite, nem precisava ser festa, dentro já era feriado universal, em êxtase nada foi dito, viver era ansiosamente preciso, esperado... Apenas fatos, concretudes que mais pareciam os sonhos já tantas noites ensaiados pelos desejos e pensamentos. E no fechar dos olhos o tempo voou, mas não levou o gosto que teve o beijo, nem o calor que trouxe as carícias... Deixou a certeza do querer, do que faz valer à pena querer, deixou à ilusão acesa, a espera alimentada no limite de saber sonhar.

fátima oliveira                                                                                                                                          abril 2011

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Descarte!







Naquele dia bastaria alguma piedade somente...

De nada adiantaram os choros, as palavras programadas.

 Os ofereces vistos com desvantagens e insignificância.

De repente transformada em “minuto”, sem lembranças, sem marcas...

Só um implorar sem chances, condenada por atitudes de rejeições.

 Sem espera, sem planos, folha rabiscada transformada em cinzas.

Uma saída devagar, em passos de quem quer ficar, sem saber pra onde ir.

Estilhaços, cacos... Lá ficaram as peças do quebra cabeça a ser montado!

Sem volta nem ida, sendo o “agora”... Sujeita ao “simbólico ou diabólico”.

Podendo ser preenchida ou roubada.  Foram desprezados os tesouros,

Dispensados os valores, jogada fora a melhor parte possível...

Fátima oliveira                                                             abril 2011

terça-feira, 12 de abril de 2011

Divagando...



A prática diária de santidade cala a voz teórica de um silêncio que necessita de algo a mais que ser divino, de quem não consegue ser perfeito sem pecar, de quem não ver graça em não se manter correndo atrás, pedindo, carecendo de motivos para não se considerar acabado, de quem compreendeu que a vida acontece é na renovação dos arrependimentos e não na frustração, na impotência, e que para amar é necessário de motivos, que arrepender-se é oposto de culpar-se, e que essa acontece é da prisão no medo por não tentar. Porque são nos desejos vividos que se pode atribuir que desejos e prazeres são similares e paradoxais, pois é desejando que se conhece o prazer da vida e que o prazer é desejado também pela falta de desejos;  que momentos são virtuosos ou depravados para aqueles que ainda não os considera presentes que se alimenta de futuro ou sobrevive de passado, porque momentos são apenas a vida que acontece em um segundo e no outro é acabado ou vivido em tempo errado. Mas, ser humano é necessário para que a santidade signifique com a importância que lhe é merecível.

fátima oliveira                                                                                                                                                  março   2011

sábado, 9 de abril de 2011

Impotência...


    
 Lua no céu e um mar a refleti-la
Simplicidade que se faz contemplar
Humano incapaz, "sem alma", sem paz...
Não explicaríamos em palavras ou melodias...
Poesias emudecidas, como professar doces ilusões?
As tornaram caladas indignas, sem vez...
Insensibilidade não, senso de realidades constantes
Não é que não doa, a dor vem se apedrejando.
E os sonhos de Eloá, a infância de Isabela...?
Fomes e descasos que massacram infâncias na África.
Realidades cegas sem mídias, sem ênfase, sem crítica.
Quantos morrem sem homenagens, no esquecimento.
Não é com menosprezo, é com angustia, impotência...
Engasgada pelo sentimento de inutilidade...
Um choro que já não sai, sentimentos sufocados.

fátima oliveira                                                                                                                     abril de 2011
  

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Sobras!


..., ...
Como uma volta, um recomeço, saída perfeita de uma provável frustração. Limite que permite saber quão incurável pode ser a permanência, ou a continuidade de um sonho desgasto...
Sem entender, a vida segue em uma melodia suave, em passos rigidamente harmoniosos, um som leve que a distancia e a falta de notícias faz seguir sem se dá conta que a musica mudou, assim no ritmo certo mudam se os planos e permanecem as idéias, os sonhos...
A falta seria a doce embriaguês, as lembranças, o vício que faz querer superá-la. Sonhos desgastos não permanecem, dão sentidos a recomeços. O amor ressurge com a mesma força que a fênix renasce... 
As lembranças, as promessas alimentam os motivos com a mesma justificativa que faz a música não se incomodar em não ser notada ou compreendida e sabe que por isso também não corre riscos de enjôos se fazendo eterna...

fatima oliveira                                                                                                                                                                 abril 2011

sábado, 2 de abril de 2011

Amor santo!



 Dos amores que me encantou nada jamais me fez esperar tão pouco ou nada, talvez a presença me fosse suficiente ou necessária, mas nunca me deu motivos para não as ter, ao contrário, aqui estás se faz e me realiza, um amor sutil, deliciosamente pueril e sabiamente constante, certezas não se fazem importantes, mas desnecessárias para que se mantenham as chamas, o encanto. Nenhum outro amor é tão sugestivo e completo. É uma esperança que não só faz promessa de felicidade, mas que já faz bem. Faz do agora: sol que brilha, noite que aconchega, água que lava e purifica que transforma olhar em palavras e, palavras em poesias, melodias, e, sonhos em realidades. É um sentido que apetece e sacia em dimensões similares. Se há imperfeição é de mim que parte, sae, manifesta-se, mas é que ainda não sou sabiamente grande para o não deslize, a não traição, porém uma vez que me conquistastes estarei sempre aos teus pés pedindo perdão, porque em nenhum outro encontrei desejo e prazer, antes foram apenas um: desejos sem prazeres ou o contrário, preciso desse amor, nele me viciei e já não sou nada sem você, te encontrei agora não te largo mais, porque já não sei viver sem te querer.   

FATIMA OLIVEIRA                                                                                                                                                       ABRIL 2011