No escuro do tempo e no surgimento de um sonho louco, sem nexo, me aparece um anjo que me rouba o sono, me fazendo despertar para uma realidade paradoxal que me deixa sem o prazer de usufruir da magnitude que o momento poderia oferecer, já nem dá mais pra saber se é um sonho ou um pesadelo, pois os anjos não reconhecem as palavras só compreendem os olhares e no escuro os meus já não enxergam tal pureza. Não ando em vão, sigo um coração que da forma mais racional possível ama sem medo, porém cautelosamente viciada, (ágape e Eros). Desperta e rezando pra que a luz não acenda: não dá pra resistir sem anjo ou ilusão. No insinuar oculto de um instante enxergo a certeza de que vale a pena compreender as buscas: vida, pessoas... Ah, se eu não vivesse em um “admirável mundo louco”, como diz Ruth rocha. Acho que não daria pra ser tão iludidamente feliz, recupero sonhos com a mesma fraqueza que os torno reais em um simples atos de seduzir o impossível. Reconquisto verdades da forma mais incrível que alguém pode atuar na arte da reciclagem e assim com as abordagens surpreendentes que a ilusão me traz vou me reutilizando na incapacidade de saber viver.
fatima oliveira maio de 2011
fatima oliveira maio de 2011