terça-feira, 28 de agosto de 2012

Desdém!




Tem um barulho impedindo que eu te escute, coração!

Vozes chegam a me sufocarem...

Até os olhos se fecharam!

A vulnerabilidade me deslustra!

Sem visão, o engano se fez em gritos.

Nada ouvi, também nada amei!

Se a vida é sem amor, não sei...

Assustado se escondeu o coração!

Fátima Oliveira










terça-feira, 5 de junho de 2012

(...)
Hoje Deus me devolveu, assim, por acaso, a ponta do fio que me fez um dia notar a magia que há em reconhecer que a salvação divina está no encanto de, em tantas manhãs acordar com a voz que todos os dias te faz levantar pra vida, com um jeito de quem exige que você se mantenha de pé... É um fio entrelaçado por outras linhas para se fazer novelo consistente e de forma multipla se faz apenas um, esse é o sentido da familia que se tem, ao todo é apenas uma, mas são linhas quando vista nas particularidades. Hoje Deus veio me lembrar que na simplecidade de um lar a santidade se faz e que o céu, assim, fica palpável, sem a necessidade de ir tão longe, pois a realidade de cada um é feita das transformações acarretadas de capacidades e desempenho com que se olha a vida. É uma felicidadezinha quieta no calor de um abraço de mãe ou nas risadas despropositadas dos irmãos que se xingam entre uma e outra... Assim fica fácil ser feliz! Dessa ponta do fio se vai desnovelando a vida com todos os cuidados de não perder a ponta, pois é o que dá sentido para as demais aventuras que esse desnovelar certamente proporcionará, e assim como quem luta pra não perder essa magia, a vida segue, sem se cansar de ser humano!

Fátima Oliveira

terça-feira, 22 de maio de 2012

Júbilo!


Saltou no vento a pétala da rosa branca!
Enquanto voou, adormeceu (por segundos) o  encantos do pra sempre... 
Era só uma rosa vista as estreitas!
Amou demais que escorreu pelos cantos as sobras de sentimentos, porém restaram... 
Não para serem restos, mas para ser pra sempre!
Os intervalos sempre fizeram parte da íntegra, muito embora não sejam continuidade!
A marca foi trazida em essência única de rosa branca que embalou o sono em tarde quente 
e assim o eterno se fez...

Fátima oliveira

domingo, 22 de abril de 2012

Felicidade, além de sugestões tênue!

Imagine você, que em uma tela estivesse presa a nossa imagem juntas; talvés nos beijando, talvés em um abraço  medroso, ou apenas nos olhássemos como naquele dia que resisti você, mas vá além na imaginação agora, pense que essa imagem esteja em mosaicos, e que em cada uma tenha, não só nós dois, mas tenha também o todo que nos fez ser NÓS, até mesmo aqueles NÓS que não deu pra desatar (ainda)... Agora poderiamos, ir ainda mais além, sugiro que coloque poesia na imagem e que não veja cada mosaico separadamente, mas olhe-a  por completa, junte as partes em uma única forma e perceba o quanto que existe beleza na junção, no todo... Sem pretenção, mas faça esse último pedido: entenda a poesia que há nas partes juntas, será como o sonho de nos juntarmos também, sem saber o que seria quebrado ou juntado, apenas casar as partes que faltam na nossa imagem com a falta que nos provocamos... Deixe que eu torne possível o que nos impede, permita-me retirá essa face de despreso que lhe faz não querer, nem mesmo olhar a imagem que nos sugere a magia que seria se pudéssemos nos encontrar e não falar em suposições, e não falar de coisas, e não falar de mais nada, apenas está alì, numa imagem que seria nossa, apenas nossa!

fátima oliviera

sábado, 4 de fevereiro de 2012

Falando


No galpão ao lado da rua que ele mora tem um centro de umbanda, todas as noites quando passo pras reuniões na igreja, ele está na janela vendo a dança das morenas através da vidraça, elas dançam de forma tão pura que envolve até mesmo meu olhar de católica praticante, é envolvente suas entregas do corpo e a dança acaba por ficar sinuosa, mesmo se não houvesse intenção. Fiquei sabendo da Sabrina, uma das meninas que teve de ser batizada com outro nome quando aceitou a essa pratica religiosa, agora ela se chama Ina que quer dizer fogo... Ela já foi do mesmo grupo que eu no período colegial e fizemos a primeira eucaristia juntas, ela sempre foi a mais bobinha da turma, talvez por isso nunca tenha se dedicado a nada é sempre levada pelas conseqüências dos atos de quem está ao seu redor e, por isso mesmo, hoje é umbandista foi levada pela influencia, também, da dança (ela sempre gostou de dançar), e o faz tão bem que não tem como não prender nela os olhos. Ele é católico também, mas pouco freqüenta os movimentos paroquiais e isso me dar uma leve insegurança de que ele possa gostar daquilo que olha, não das meninas, mas daqueles ritos, sei lá! O Maximo que eu consigo fazer e nem é tão bem, é organizar a liturgia da celebração, enquanto elas são tão enfeitiçáveis com aqueles ritos de adoração a  volta à casa do pai! Outro dia até comentei indiretamente sobre isso, mas ele desconversou...   (OLIVEIRA, Fátima) 

"...Dando a entender que é mero acaso ou coincidência ele está ali a observar a “dança das morenas”. Porém, me confessou que gosta de contemplar todo aquele movimento umbandista. Percebi um leve sorriso nele e isso me deixou preocupada, há tempos que tento convencê-lo a participar mais dos movimentos da igreja e não obtive tanto sucesso. Aquela aparente felicidade em seu rosto me deixou receosa, sem saber se era por causa da Umbanda, em si, ou se era por causa daquelas “dançarinas sinuosas” dentre elas, Sabrina. Seria essa então a questão? Estaria ele indeciso a que religião seguir ou em dúvida entre Sabrina e eu?
Sábado, enquanto eu organizava a liturgia da celebração, ele adentrou a igreja com seu movimento rápido de pernas em contraste com um angelical sorriso que trazia no rosto. (Até de olhos vendados eu saberia quem o era). Perguntou se incomodava, afirmei que não. Depois de um breve silêncio..."     (SILVA,marcelo)

terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Epifania...



E ela lhe sorriu esforçando-se para mostrar os dentes, por que a alma estava repleta de sentidos estranhos... Era preciso repetir aquela prova, pois não permitia que ele soubesse que só, ela não estava bem... Os dentes apareciam e lentamente a boca desmanchava o sorriso forçado que torturava as feridas D`alma... Dele, apenas os olhares alimentados de solidão que o fizeram forte pra reconhecer um sorriso triste e forçado... Das pupilas Lhes saltam certezas de uma felicidade que nunca precisou ser plena apenas real... O agora mergulhado em ontem que já não tem vida... Ele a amou sem perceber que era ela a que é hoje... Ela não teve chance de amá-lo, pois antes lhe viu como ele jamais seria. Agora que são apresentados não se reconhecem, se encheram de generalidades e não se olham com veracidades, ficaram perdidos na idéia de fazer do outro melhor do que são, ou no medo de que o outro fosse pior do que já é... O amor não teve vez de ser amor... Antes, foi brutalmente ferido pela arrogância de quem se permite ser sábio e controlador (controla DOR), se esqueceram que AMOR É FERIDA QUE DÓI E NÃO SENTE (camões)... Sendo resto do que foram, eles aprendem amar com uma sabedoria que não precisa ser acreditada. Os sábios se consideram bobos inúteis só por isso as vantagens de seus erros acertados... Um futuro cheio de aprendizados são os presentes oferecidos aos coadjuvantes da nova versão que ainda será escrita... De maneira erronia um permitiu que o outro conseguisse amar, mesmo sem recíproca.

fátima oliveira

domingo, 15 de janeiro de 2012

Fuga!

No fim de tarde que aos poucos sombreava ao horizonte
A moça singela se tornou fera...
Ao longe na estrada apontou na curva a razão de sua espera...
O que antes a segurava, ficou sem sentido, perdido nos anos dos sacrifícios...
Ele nem era belo, nem era bom, nem era eterno...
Era apenas nada...
O nada salientou desejos de ser, de fazer...
O querer ir ao galope foi maior que os costumes e a rotina que permite fica
Seria de taipa o domicílio futuro, porém real...
O significado seria de sonhos, mas a realidade o fogo queimava...
fátima oliveira.

terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Mesmo repertório!


Ontem te falei de eternidade e você sorriu por pensar que eterno é o que sempre dura...
Eu chorei, pois o eterno é o que sempre acaba!
Eternidades são memórias.
A vida é um reboliço que não se repete, nem continua.
Multa-se, se adéqua se refaz...
E o choro foi por não conter a emoção de aquele instante ser único.
Hoje somos outros, conseqüências das nossas promessas.
A saudade é uma dependência que nos prende nas memórias sem nos roubar as possibilidades.
Tenho-te como um minuto que passa sem ser notado, mas que dele são feitas as horas...
Perco-te como em uma noite de sono profundo que me possibilita viver bem o dia seguinte...
Eis meu sem que sejas, que é pra eu não acreditar no pra sempre sem graça e sem sedução e, continuarias sendo ainda que não fosse...
Pois ainda que o réveillon aconteça, jamais será apagada a eternidade e intensidade do ano que passou.
O amor acontece sem peregrinação, sem medo, mas com o cuidado de ser percebido.
   
fátima oliveira