quinta-feira, 26 de maio de 2011

Faminta por rotina!


Poeticamente calada pela rotina de mais uma noite em que a rua fica vazia, sem casais, sem bares, sem motos, sem vidas. Vidas que misteriosamente adormecem em um sono cansado que não deixam perceber de que sonhos se alimentam se será possível um amanhã superar tal doçura. Anjos que brigam por velar o mais enigmático de todos os espetáculos humanos, o “entregar-se" à morte na certeza de uma ressurreição na manhã seguinte. Anjos que não dormem, mas que invadem noites de pessoas normais para alimentarem as tão doces ilusões de um sonho com o impossível, ou, de um pesadelo necessário para os que perderam a capacidade de sonhar. O sono que pega um poeta em meio à poesia inacabada e o faz dormir só para sonhar com a moldura santa de alguém que transforma noite nostálgica em poesia real, que supera as palavras e que se transforma na prática de um beijo sem sustos, onde os sentimentos são reveladores e eufóricos. A noite quieta agora se faz agitada, os bares se abriram com shows ao vivo, de olhos fechados é possível ver a multidão de sentidos a andarem pela noite que já não está escura, nem quieta. Algo foi despertado enquanto o poeta sonhava e, todos que dormiam agora também despertam em meio a uma apaixonante busca de vida, mesmo em noites onde nada mais acontece, exceto a poesia.

 Fátima oliveira.                                                                                                                                                    maio 2011 
                                                          

2 comentários:

  1. Que belo viajar
    pela nastaugia alheia... da noite q dorme...morre.
    dos sonho que brincam debaixo de tua janela...
    lindo viajar sem mover um passo...

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  2. obrigada marcelo, com vc aprendo a me reconhecer na poesia!!!

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