terça-feira, 22 de novembro de 2011

Receita!


O líder sinalizou o desejo de se tornar súdito e os súditos aproveitaram à hora pra se tornarem reis dos efêmeros. A troca de posições propicia visões e versões notáveis e quebram o modelito da monotonia anediada. A festa foi dos que nunca tiveram o poder de terem poderes, já à felicidade fez morada no coração de quem se julgou não poder mais nada, porque as conquistas foram notadas como milagres inesperados. O prazer de se servir deixa a vontade de comer mais aguçada o ato de cozinhar o feijão deixa-o com o gosto de quem cozinha, bem como, a conquista deseja ser resultado de um toque que provoque os desejos mais particulares de quem os deliciam... Em versões concretas a vida deseja ser verdades e vontades, mas nada. É curioso perceber que não se aprende a dizer verdades sem deixar a duvida falar e que não se ama o que se descobre, se expande... O rei aprendeu a ser grande, os súditos se submeteram ao reinado, assumiram então suas reais posições e viveram condizentes aos seus dramas e realizações... Ambos conquistaram Suas insignificâncias ao perderem-se nas razoes dos fanatismos que não agregam os reais valores. É a vida que nada propõe senão a certeza de que cada um terá aquilo que lhes caibam, ainda que não lhes proporcionem as utilidades, pois o amor particular se desvenda é através da inutilidade. Sem motivos e mesmo assim amantes, por que seremos sempre sujeitos das contradições e não de absolutismos e, ainda que sejam de lagrimas as escolhas... O que faz chorar não é indiferente ao amor, por que, só por amor se chora.
fátima oliveira  

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Sem currículos!

 
Estiveram lá sós os dois, se olhavam de todos os modos... Encaravam-se os olhares, buscando ver onde se encontraram, em que momento aqueles olhos se alcançaram ou se perderam de tudo que já sabiam um sobre o outro. Quem disse o que disse certamente não viu o que ela viu. Quem a julgou nunca teve as mesmas chances como aquele que apenas a olhou de forma não curiosa, apenas carinhosa. Sem julgo, sem condenação. Era um avaliar de anseio apenas. Ambos nasceram de novo no instante em que um olhar ressuscitou uma parte abortada por tantos olhares ditadores de eternidades sem jeito. Todas as carências celebraram a novidade de ser significado, importância. Foi resgatado um valor seqüestrado nos cativeiros dos esquecimentos, sem precisar de passado, o presente é a escultura que os dois esculpiram no instante em que se olharam apenas como quem nunca se viram. Não tem segredo, mas também não há transparecia, senão, a de que as  compreensões são indispensáveis para a vida que surge de insignificância como um mero olhar que nem descrito consegue ser.  

fátima oliveira     

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Tempo artesão!




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Portas sem chaves

Olhar na fechadura
Corpos exibidos
Desejos expressos
Fugas...
Noites claras quentes como sol!
Eternidades...
Espalhadas e ardentes lamurias
Sufoco cúmplice...
Olhar morto
Grito mudo
Sussurros berreiros
Inexpressos...
Seqüestros, roubos, ameaças, latrocínios...  

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Dois desejos perdidos na tensão da vida.
Duas almas necessitando de rezas
Corpos condenados ao pecado, ao inferno...
Em uma curva o abismo vence, as pedras se quebram, o sangue jorra e as almas se despedem de mãos dadas, juram eternidades.  
Ficou a vida, passou. De morte os espíritos se casam, se amam sem alianças de ouro...
O mundo que já foi grande para os sonhos, agora não serve mais para a vida
Pousarão seus momentos numa flor de rósea e ainda assim o conforto lhes incomodará, lhes bastará à estrada e a flor pra pousar...  

fátima oliveira