terça-feira, 26 de julho de 2011

Momentos, sem voltas e sem provas.


Quem dera
Ser lembrança esquecida
Sendo esquecimento
Teria a glória de já Ter sido
Pensamento.
Nenhum retrato velho a contemplar
Nada. Sem provas.
Cartas nunca entregues
Encontros nunca marcados
Desejos apenas sentidos
Medos jamais revelados.
Saudades sem partilhas
Segredo sem confissão
Crime de um sentir que não deixou suspeito
Sem arquivos, nem mesmo morto.
 fatima oliveira

O preço!


A cantiga que reconta o amor feito de defeitos santos. De tudo vai se tornando recusa, de tudo vai se desfazendo o nó: do amor mal amado, da falta de viagem, de amigos, de salários. É caro viver: pago pra amar, por querer, pra sonhar e até por sofrer. E a vida tem um preço que não se sabe o valor, mas se paga. Ela despir leva tudo que se faz presunção, arrogância. Deixa-te sem saída pra ser “o bonzão do pedaço” te faz voltar... Um dia ela entrou na minha casa e resolveu fazer parte da minha rotina, me roubou o sossego, me matou, me deixou sem chances de recupera-me. Agora morta fui apresentada a razão, ela se tornou companheira, todos os dias à tardinha me encontrava num cajueiro que tenho no quintal aqui de casa, conversava comigo, me dizia sobre as minhas possibilidades eu lhe mostrava minha incapacidade, numa dessas... Ela não veio, (logo quando eu já estava quase convencida). Comecei a notar que na tal árvore existiam outras companhias. As folhas tinham leves desenhos, (sem pintor?) o cheiro e o fruto quem temperou? Fui tomada por ilusões e ideologias... Notei que o sol tinha se ido e me culpei por não tê-lo notado... Fui domada por poesias e só!     

 fátima oliveira                                                                                                                                                     julho 2011

sábado, 2 de julho de 2011

Desejo


Ando a transpirar inspirações
Afogo-me na poesia nossa de cada dia, Falta-me o ar essa falta da expressão certa que definiria essa fome poética. Fico em êxtase com tanto feito que me causa esse doce moreno chamado presente, esse tal sinuoso e atraente chamado hoje. Fico apática com a dor, ela já não tem poder sobre mim, sou eu quem ordena e a faço baixar o véu e cobrir os olhos para minhas razões... Só tenho razão de ser doce, mel que dar consistência ao sabor áspero à vida humana. Sendo sabor haverei de te dar sentidos... Estou querendo ser eu mesma sem “os moinhos de ventos” para guerrear, mas com as fantasias que movem o mundo, não me vale abrir os olhos se for pra enxergar o que não vem ser poesia, ilusão, mesmo que amarga saberei adoçá-la!  Não me assuste oh negro lindo com tantos encantos, não darei conta de me desencantar e terei que me acostumar a você, sou refém de seus dotes de sedução meu tão ingênuo futuro, serei digna de que ameis as tais esperas que lhe perseguem? Oh estranha dúvida porque se fazes tão necessária que já não sei viver sem teus bons dias? Em meu corpo está a certeza de uma solidão acompanhada por razões de amores afagados em dúvidas. Estou amante, me prostituindo gratuitamente à poesia que faz arder o estômago e apetece a cede do coração.  

fátima oliveira                                                                                                                                                                     julho 2011